Como se (a)prende um novo paradigma? - IV [ A relevância da formação_Parte II]

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 A relevância da formação_Parte II

Continuemos, então, a fazer a tal análise ao conjunto de formação por mim efetuado, procurando encontrar nele um dos fios condutores que justifiquem a tal mudança de paradigma.

Além da referência ao primeiro momento de formação não formal que foi, sem dúvida significativo, e sobre o qual falei aqui, não deixa de ser também relevante o facto do primeiro momento de formação formal ter sido feito no âmbito daquilo que hoje em dia se designa por Português Língua Não Materna (PLNM) e que na altura é, simplesmente, o Português para Estrangeiros. Tive essa experiência em 1993 e sem dúvida que me abriu a porta da pedagogia funcional da língua. E que quero eu dizer com isto? Muito simples, na escola onde trabalhei, as pessoas pagavam para saírem da escola ao fim de uma semana a saber o essencial para comunicar. Logo, tudo o que fosse superficial na aprendizagem não se dava. Penso que muito daquilo que ainda hoje se considera aprendizagem essencial no que à disciplina de português diz respeito deveria passar por esse crivo funcional.

A seguir, em 1999, a primeira ação de formação frequentada no âmbito da diferenciação, Pedagogia Diferenciada: da Teoria à Prática, onde pela primeira vez terei refletido sobre a necessidade de diferenciar

Destaco, depois, a formação creditada feita no âmbito da Expressão Dramática - Para uma Utilização Integrada do Corpo e da Voz,  em 2001, e que me deu ferramentas ainda hoje utilizadas em sala de aula. Esta formação teve continuação em 2002, com  O Prazer da Comédia, formação também creditada. 

Em 2003, frequentei a ação de formação - Iniciação à Leitura / O Método João de Deus - , que, pese embora não me tenha dado ferramentas ou conhecimento que pudesse usar em sala de aula, uma vez que não faz parte das minhas competências ensinar a ler e a escrever, serviu para uma tomada de consciência sobre a importância do método muito importante. Ou seja, frequentemente, refletia sobre a relevância de se usar este ou aquele método no processo de aprendizagem. Frequentemente, tentava perceber por que razão, às vezes, uma atividade funcionava e outras vezes não. Uma das razões que me levaram a inscrever nesta formação foi precisamente perceber a razão pela qual uma forma de aprender a ler e a escrever já tão antiga continuava a funcionar. E a resposta foi muito simples: funciona porque naquela escola se decidiu que se ensinava daquela forma. Isto é, existe uma matriz pedagógica que é respeitada e seguida por todos os professores / educadores. Portanto, parece-me que essa pode ser parte da chave do sucesso. 

Neste périplo pela formação efetuada até agora e a sua relevância, vou terminar este post com a referência a uma das ações que mais eficácia tem mostrado ao longo dos anos, no que respeita o trabalho direto com os alunos e com os colegas. Trata-se da ação Ler, Lazer e Aprender, frequentada em 2006. Para se perceber a dimensão desta formação, remeto para o seguinte site: "Ler, lazer e aprender". Fica uma breve síntese: Tratou-se de uma ação de formação frequentada com outras colegas da Escola (na altura ainda não éramos agrupamento). A aprendizagem passou por perceber como implementar um projeto de leitura que proporcionasse aos alunos diariamente 15 minutos de leitura autónoma. Eu e as colegas da escola formámos uma equipa de trabalho e o nosso trabalho final foi o resultado da implementação dessa ideia ainda naquele ano letivo na escola já que tínhamos uma turma em comum. E funcionou. De tal maneira que até hoje o projeto se tem mantido. No ano passado, no âmbito do Festival Livros a Oeste, e numa das rubricas do programa,  apresentámos o projeto de leitura à comunidade


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