quinta-feira, 4 de junho de 2020

Construção de textos colaborativamente no 3.º ciclo com a wiki (Moodle)

Um dos aspetos mais importantes na transição forçada do modelo presencial para o modelo a distância na escola pública, em particular nos anos de escolaridade até ao 9.º ano, é criar mecanismos que promovam o espírito de grupo e a sensação de presença.
Já se publicou um post onde se fez menção à utilização da videoconferência para manter a "presença" física e o contacto social a distância. 
Hoje, vamos falar de uma forma de manter o espírito de grupo e, simultaneamente, da promoção do trabalho colaborativo.
Na forma como a organizamos, disciplina na plataforma Moodle "alberga" sempre os dois níveis de ensino da carga horária. Portanto, desde o início deste processo que os alunos dos dois anos (7.º e 8.º Anos) coabitam. Num dos próximos postes, iremos dedicar-nos a outra atividade, onde se promove a interação entre todos: Sala de Convívio
Desta vez, vamos falar da utilização da wiki para a construção de textos em modo colaborativo.
Os alunos estão habituados a trabalhar em grupo. Isto é, nos grupos que tradicionalmente são formados para fazer trabalhos presenciais.
Nesta proposta que foi feita, pediu-se que todos os alunos de cada turma colaborassem na construção de um texto. O mote era simples. A ideia essencial era que utilizassem a ferramenta e construíssem um produto comum. 
A atividade esteve disponível durante duas semanas. 
Publicamos, de seguida, os resultados.

Proposta para as turmas do 8.º Ano: 
A história começa por "Era uma vez, muito para lá do mar..." Continuem. 
Era uma vez, muito para lá do mar, uma caravela Portuguesa. A bordo seguiam muitos capitães e navegadores importantes para Portugal. Estavam à procura de uma ilha que ninguém tinha encontrado, mas estava localizada no mapa como sendo uma ilha deserta no meio do oceano Atlântico.
Essa caravela estava há vários dias no mar e, naquele dia, em especial, estava a rebentar uma tempestade. A tripulação precisava de chegar rapidamente à ilha, porque estavam a ficar sem mantimentos.
Com tanto esforço que fizeram, lá conseguiram chegar e ficaram encantados com o que viram. À sua frente, apareceu um grande museu de  pesca e um grande hotel. Ficaram felizes, mas com receio de entrar. A prioridade deles era encontrar comida e um sítio para ficar.
Tinham tudo o que queriam, na sua frente, só faltava a coragem. O hotel era grande, cheio de iluminação e janelas enormes. Finalmente, ganharam coragem e entraram.
Eles nem acreditavam no que viam: pessoas a fazer o check-in, pessoas com malas, a dirigirem-se para os seus quartos, enfim. Estavam admirados, e, ao mesmo tempo, confusos, porque pensavam que ninguém tinha descoberto a ilha. Mas a verdade é que já tinha sido descoberta!
Decidiram passar a noite naquele hotel, para no dia a seguir irem explorar a ilha. O que eles não sabiam é que aquele hotel escondia um segredo. Aquele hotel teria pertencido a um terrível pirata que roubava os tesouros dos seus clientes, felizmente, tinha falecido há mais de cem anos. No entanto, reza a lenda, que ele teria escondido o seu tesouro pelo hotel, e quem o encontrasse, poderia ficar com ele.
No dia seguinte, decidiram ir à procura do tesouro. Por todo o hotel, durante vários dias e várias noites e o que encontraram deixou-os de boca aberta, não encontraram só um mas vários tesouros.
Quem diria que tinham procurado em todo o lado e aqueles tesouros estavam mesmo debaixo dos seus narizes. Juntamente com tanta riqueza estava um pergaminho tão velho que ao pegarem nele quase se rasgou. 
Quando abriram o pergaminho, ficaram espantados porque era um pergaminho que não era igual aos outros: a letras grandes estava escrita uma ameaça a quem encontrasse o tesouro.
E, no fim do pergaminho, estava escrito o nome do pirata que o tinha escrito e que se chamava, nada mais nada menos do que: " Capitão barba negra". Nesse pergaminho, havia, ainda, uma mensagem sinistra:  quem o lesse era amaldiçoado e nunca iria sair daquele hotel.
Os navegadores entraram em pânico, e tentaram sair mas todas as portas, como por magia, estavam trancadas. Eles sem sabiam o que fazer, começaram a bater nas portas daquele quarto trancado, mas nada abria.
Então, vindo do nada, o marinheiro mais esperto teve uma ideia. Talvez a ideia mais louca já inventada...Nada mais, nada menos do que utilizar os instrumentos que tinham para furar a porta. 
Passadas algumas horas de tentarem furar a porta, por fim, conseguiram, mas algo os esperava lá fora.
Participaram 8 alunos do 8.º B
Texto com 25 versões
Ferramenta usada: wiki (Moodle)

Era uma vez, muito para lá do mar, um rapaz loiro de olhos azuis, tão luzidios como diamantes, chamado Zacarias. E esse rapaz vivia muito para lá do mar,  numa terra muito distante. Reluzia um verde das suas árvores e um azul da sua grande lagoa, onde a mesma estava cheia de conchas e peixes a nadar. 
Era um dia de sol, e lá estava ele, a mergulhar na água azul da lagoa e a apanhar conchas. Naquele dia, encontrou uma concha vermelha como o fogo, com umas pequenas nuances laranjas e amarelas. Aquela concha destacava-se no meio das milhares de conchas que lá havia e o rapaz loiro não sabia porquê, mas queria descobrir por que razão aquela concha se destacava.
Como era habitual, o rapaz levou as conchas que apanhara para casa, para que as pudesse pôr numa caixa pequena, feita de madeira,mas bastante decorada. A concha misteriosa e que se destacava das outras parecia que tinha algo a esconder, mas deixemos lá a concha com as suas coisas e voltemos ao Zacarias. 
Zacarias era um rapaz jovem e muito curioso com tudo o que o rodeava e lhe parecia diferente. Sem saber porquê, um dia, estava a passear nas redondezas e viu algo estranho: uma loja de coisas do mar mas na montra estava um ser desconhecido petrificado. Intrigado, decidiu investigar, a loja não parecia estar longe mas a caminhada foi longa, pareceram-lhe horas e horas sem fim. 
Finalmente, quando chegou lá, ficou espantado com a grande variedade de formas e cores das conchas. Aquele ser desconhecido não lhe saía da cabeça então perguntou ao senhor da loja o que era aquilo, e este respondeu-lhe  que não sabia exatamente. Que tinha sido um velhinho que  passara por ali e lhe pedira que o  guardasse. Zacarias aproveitou e comprou várias canas de pesca  e conchas que ninguém queria para isco. Foi para casa a pensar no que  havia acontecido. Decidiu dormir por um bocado.
  Quando acordou, não estava em casa, mas num sítio escuro com uma brecha de luz. Estava confuso.
   -´´O que se passou!? Onde estou!?- interrogava-se, levantando-se. Decidiu ir explorar o sitio misterioso.
Enquanto explorava o local, só via escuridão, até que uma luz surgiu! O Zacarias estava curioso mas muito assustado e confuso ao mesmo tempo, por isso, foi na direção à luz, sentia-se hipnotizado com ela.
A luz tornou-se cada vez mais intensa, até cegar completamente a sua visão. Segundos depois, uma figura surgiu do branco forte da luz que começou a diminuir. Focando-se na figura, viu um rapaz com, provavelmente, oito anos e que lhe trazia um baldinho vermelho e pequeno. Estaria ali a explicação sobre as conchas?!
Participaram 14 alunos do 8.º D
Texto com 28 versões
Ferramenta usada: wiki (Moodle)

Era uma vez, muito para lá do mar um rapaz com 13 anos que gostava de dormir, e todos os dias, ao final da tarde, ele ia ver o mar pela janela. Ele adorava o mar, gostava de todos os tipos de animais marinhos, especialmente os grandes. 
Um dia, chegou à beira-mar e encontrou uma criatura mágica. Ficou demasiado curioso e decidiu aproximar-se. Chegando mais perto, o rapaz apercebeu-se que era um golfinho, mas aquele golfinho era diferente dos outros e olhou-o como um amigo. 
O golfinho ficou muito amigo dele e todas as tardes o rapaz ia visitar o golfinho. 
Um certo dia, o golfinho não apareceu e o rapaz achou estranho e tentou ver pelo resto da costa se o encontrava. 
Encontrou-se e ficou surpreendido, porque viu o seu amigo golfinho acompanhado... Ele tinha trazido os seus filhos para apresentar ao seu amigo. Então, tiveram uma excelente ideia e foram nadar todos juntos.
No final do dia, o rapaz não queria ir embora, pois tinha-se divertido muito com os seus novos amigos.A amizade que existia entre ambos era muito forte, mas havia uma coisa que deixava o rapaz triste. Ele teria de se mudar para longe da costa, por isso. não conseguiria ver o seu amigo golfinho de novo tão cedo.
Participaram 9 alunos do 8.º E
Texto com 16 versões
Ferramenta usada: wiki (Moodle)
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Proposta para as turmas do 7.º Ano: 

A história começa por "Todos os anos, naquele dia, a família costumava......" Continuem. 

Todos os anos, naquele dia, a família costumava juntar-se para fazer diversos jogos divertidos e passar algum tempo em família, mas, um dia o João percebeu que a sua prima, que nunca faltava nesse dia, não estava lá, então, decidiu procurá-la.

Acabou por ver a sua tia, no jardim, a discutir com um homem, que tinha um ar suspeito e decidiu aproximar-se mais para tentar entender sobre o que falavam. Aí, sem se aperceber, pisou um ramo e a sua prima e o tal homem olharam para ela. A desculpa que arranjou foi que ia buscar um copo de água à cozinha e a prima e o tal homem olharam para ele com ar de quem tinha achado a desculpa esfarrapada, mas continuaram a discutir sobre qual era o melhor jogo de família. 

Então. como não se decidiam, foram perguntar ao João se o melhor jogo era o futebol ou andebol, dai, após decidirem que o futebol era melhor e mais fácil foram jogar em família num campo mais perto. Foram embora no fim da tarde e o mesmo homem ainda foi a discutir pelo caminho na volta para casa sobre quem é que tinha jogado melhor. O João estava tão farto de o ouvir que, quando chegou a casa, fechou-se logo no quarto a ouvir musica muito alta para ver se abafava a voz do homem, só saiu de lá no dia seguinte.

No dia seguinte, o João desceu para ir tomar o pequeno-almoço e não encontrou ninguém. Estranhou. Onde estaria toda a gente e logo a seguir foi procurar pela casa mas não encontrou ninguém e depois foi tomar o pequeno-almoço e, ao abrir o frigorífico viu um recado na porta que dizia: "João, nós fomos para a praia de manhã cedo." 

O João, depois de ler o recado, não se preocupou mais, tomou o pequeno-almoço e foi ver televisão. Passadas cinco horas, o João começou a estranhar a razão pela qual eles ainda não tinham  chegado da praia, então, decidiu ir à procura deles e pensou: -Bem, assim tenho uma razão para ir à praia.
Quando lá chegou a praia estava deserta e ele achou muito estranho porque parecia um filme de terror estava escuro e havia muitos barulhos estranhos. Sentou-se à espera.  
Participaram 15 alunos do 7.º D
Texto com 20 versões
Ferramenta usada: wiki (Moodle)


Todos os anos, naquele dia, a família costumava ir passear pela praia, ver o mar e ver o lindo pôr do sol, todos sentados na areia, pois era um dia muito importante para rever fotos antigas com a família. Eram os melhores momentos que já tinham vivido. Eram momentos realmente mágicos, os olhos de todos brilhavam mais que safiras, por estarem tão emocionados com as fotografias de anos anteriores, um misto de nostalgia e saudade percorria-lhes a alma, a eles e à pequena Perle, a pug da família. 

Perle significa pérola em alemão, deram-lhe esse nome porque era cinza. A Perle era a pug mais bonita de todas, era cinza com pequenas manchas brancas, e uns olhos azuis quase tão brilhantes como um cristal.
Mas um dia a Perle fugiu e andaram à procura dela, no entanto, ninguém a encontrou. Ela tinha perdido a sua coleira e andava a procurá-la mas não a tinha encontrado . Ficaram todos muito tristes, pois a Perle era muito importante para eles.

Ainda assim, eles não desistiram e foram a um canil bastante conhecido perguntar se a tinham visto. No canil havia imensos cães de diferentes raças, cores e tamanhos, por momentos, a família achou que a iam encontrar de uma vez, mas sem sinal.
De regresso a casa e tristes, a família andava devagar e cabisbaixa, quando, de repente, ouviram ladrar. Parecia um ladrar conhecido. Naquele momento, apareceu uma cadela muito parecida com a Perle, mas estava muito suja. Ao chamá-la tiveram a certeza que era ela. As preocupações acabaram e foram todos contentes para casa tratar da sua cadela.
Quando chegaram a casa, queriam dar banho à Perle mas ela estava cheia de fome e foi a correr para a sua tigela enquanto corria estava a sujar a casa toda e, mal ela acabou de comer, foram dar-lhe banho e a Perle começou a abanar-se para sacudir a água, começando a molhar os seus donos.

Participaram 8 alunos do 7.º E
Texto com 14 versões
Ferramenta usada: wiki (Moodle)

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