Uma Questão de Cor - comentários
Um dos contos escolhidos para leitura obrigatória, no 8º Ano, é Uma Questão de cor, de Ana Saldanha. Iniciou-se a leitura, em sala de aula, num trabalho de interação entre alunos e professora, tendo sido iniciado o processo de construção da ficha de leitura seguindo a seguinte estrutura.
Para a construção do comentário foi disponibilizado um guião que, sem ser obrigatório, se aconselhou que os alunos seguissem a fim de aprenderem a construir / treinarem a construção de comentários, conscientes de que comentar deva ser sempre uma ação fundamentada.
Publicamos, a seguir, alguns dos comentários.
Publicamos, a seguir, alguns dos comentários.
COMENTÁRIOS
Observando a capa, este livro parece ter como principal tema o computador.
Lendo o livro, pode-se verificar que este assunto é frequentemente abordado. O
texto está dividido em dez capítulos, que estão organizados por ordem
alfabética. Isto pode justificar-se devido ao facto da história ter muito a ver
com o computador, pois é assim que um índice é feito em computador. A narradora
da história chama-se Nina, tem treze anos e está completamente fascinada com o
computador que recebeu no seu aniversário. Anda numa escola onde acha que quase
toda a gente não é normal. O Vítor é o mais imbecil de todos.
Nina é muito chegada aos
seus pais, à sua avó e ao seu avô. Todas estas proximidades são justificadas em
várias partes do texto, mas principalmente no capítulo número quatro, pois é
quando a avó Olga tem um ataque de coração e toda a família se mantém unida
para superar a dor. Daniel é seu primo, mas com esse, a proximidade não é tão
abundante.
A história decorre em
vários locais: em casa da família de Nina, na escola e no restaurante Inferno
(apenas no fim do texto). Onde é mais habitual as cenas desenvolverem-se é em
casa, porque é à volta da família que tudo se passa. Com a chegada de Daniel, o
principal acontecimento da história, tudo muda. Alguns colegas gozam com o
primo de Nina, ela tem de tomar uma importante decisão: se cede o seu quarto ao
primo ou não e nada se torna fácil com a embirrância de Daniel. Primeiro, Nina
começa por achar que Daniel é antipático, azedo e aborrecido. A sua impressão
acerca dele vai mudando ao longo da narrativa. Já no fim, Nina acaba por
admitir que, afinal, até gosta do primo.
No sétimo capítulo, Nina
critica a indiferença de Daniel quanto ao que os outros lhe fazem. Por ele ser
negro, os colegas gozam com ele mas, o pior de toda a situação, é que Vítor não
fala com ninguém acerca disso ou nem sequer tenta falar com os colegas que lhe
fazem mal.
O último capítulo (Juízo
Final) é onde Nina faz uma reflexão sobre tudo e decide que afinal o primo e o
Vítor não são assim tão más pessoas. O que ainda não descobriu foi por que
razão é que Daniel se mudou para a sua escola. O título do livro tem a ver com
o facto de tudo ter a ver com a cor de Daniel e que nem sempre vale a pena
ligar ao racismo das más pessoas.
“Uma Questão de Cor” é um livro que nos ensina que não é por uma pessoa
ser diferente que pode ser gozada e mal tratada.
Madalena Castro, 8ºB
O
tema dominante nesta obra de Ana Saldanha são os computadores, tal como podemos
observar na capa do livro Uma Questão de Cor. Para além disso,
podemos concluir que outro dos temas dominantes é a cor de pele das pessoas,
pois na capa do livro podemos ver no ecrã do computador a imagem de uma pessoa
pintada a branco e com várias cores à escolha no lado direito.
Esta
história está dividida em 10 capítulos, os quais estão por ordem alfabética (da
letra A à J). Nos computadores podemos organizar os documentos por ordem
alfabética e, por isso, podemos concluir que este facto está associado às obras
técnicas, uma vez que este livro faz muitas vezes referência à informática, especialmente,
aos computadores.
O
título deste livro refere-se ao facto de, muitas vezes, os direitos e a forma
de como as pessoas são tratadas terem em questão a cor da nossa pele, tal como
é exposto nesta obra.
A
narradora desta história é a Nina. Ela é uma adolescente responsável, vaidosa e
autoritária. Não gosta do racismo mas adora a sua avó, o seu gato de peluche
chamado Silvestre, jogos de computador e o cor-de-rosa.
O
Daniel é uma das personagens mais relevantes, em particular pela sua relação
com a narradora. No 4º capítulo podemos ler que ela começa a utilizar a base de
dados para fazer a ficha do Daniel em que fala muito mal dele. Diz que ele tem
uma idade mental de 2 meses e que o seu tratamento deveria ser a receção de
desdém e a colocação de tarântulas no meio dos seus lençóis. Para além disso, durante
esse capítulo, ela tenta enervá-lo indo para a sala ver desenhados animados com
o som no máximo enquanto ele estava lá a ler. Portanto, naquela altura, a
relação entre eles os dois era um pouco má. O pai e a mãe também são
personagens importantes devido à relação com a narradora pois quando toda a
família da Nina estava num momento de tensão, ela refere que gostava de estar na
cama dos seus pais aconchegada contra a mãe e com o braço do pai por cima do
seu ombro como quando era criança. Nota-se, portanto, que tinham uma relação
muito pacífica e carinhosa.
Ao
longo desta obra, as personagens interagem na casa da Nina (na sala, no quarto
inicialmente dela e no escritório), na escola (na sala de aula e na cantina),
na rua e no restaurante Inferno.
O
racismo dos seus colegas pelo Daniel é o acontecimento que está no centro desta
história. A Nina, ao longo da obra, mudou imenso as suas atitudes e sentimentos
pelo seu primo Daniel. Quando ele se mudou para sua casa, achava-o muito chato
e egoísta. Ela tentava sempre irritá-lo mas acabava sempre por acontecer o
contrário. Quando os seus colegas começaram a insultá-lo, ela acabou por
protegê-lo e dar-lhe conselhos. No final da história, eles tornaram-se grandes
amigos e a narradora passou a achá-lo muito simpático.
Com
a leitura do capítulo 7, podemos concluir que, muitas vezes, o racismo pode
originar o autodesprezo das pessoas que são vítimas do mesmo. Para além disso,
elas podem retribuir-nos com a mesma moeda, maltratando as outras pessoas tal
como elas fazem. Valores como o direito à diferença e o respeito por toda a
sociedade são explorados neste capítulo.
No
8º capítulo, achei muito interessante quando o Daniel diz que devemos sempre
lutar por aquilo que acreditamos para, assim, obtermos o bem-estar da
sociedade.
Gostei
especialmente da atitude do Danny no capítulo 9 quando ele apareceu na festa de
aniversário do Vítor. Com essa ação ele quis transmitir que nunca devemos
mostrar parte fraca ao nosso inimigo nem devemos jogar o seu jogo.
O título
do último capítulo é “Juízo final” porque, nesse capítulo, o Vítor é levado ao
julgamento final, ou seja, ele foi desculpado pelos seus atos e tornou-se amigo
da Nina e do Daniel.
Inês Cordeiro, 8ºB
Quando
olhamos para ao capa do livro, podemos visualizar um computador. Ficamos logo
com a ideia de que na história existe um computador, mas que quem está no
computador terá problemas com a pessoa que está no fundo da capa a abrir a
porta. Este livro é constituído por dez capítulos, estando todos eles
organizados por ordem alfabética. Podemos relacionar esse acontecimento com a
capa do livro porque,
num computador, como aquele que a
capa nos mostra, é muito fácil de o fazer.
A
autora deste conto é Ana Saldanha, nascida no Porto onde se licenciou em
Línguas e Literatura Moderna. Doutorou-se na Universidade de Glawgow, ganhou o
prémio Literário Cidade de Almada com o seu romance Círculo
Imperfeito. É sobretudo conhecida como uma das
melhores escritoras portuguesas para jovens.
Ficamos a conhecer, principalmente no 4º capítulo, outras personagens
importantes para além da narradora. Em primeiro lugar,
podemos falar dos pais de Nina com
quem ela tinha uma boa relação, apesar das discussões que tinha por causa do
computador. Depois ficamos a conhecer duas personagens de quem a Nina gosta
muito, o avô Geraldo e a avó Olga por quem tinha um carinho especial. Mais à
frente ficamos a conhecer o colega Vítor Salema que se aproxima muito dela, mas
que ela o acha uma aberração, no final depois de muitas desilusões e surpresas
ficam grandes amigos. Logo no inicio da história ouvimos falar num primo com o
nome Daniel que vai viver para casa dela e que irá frequentar a sua mesma
escola. Com a sua chegada, a troca de quartos é do seu desagrado, mas depois
quando o primo é alvo de racismo na escola, Catarina fica do lado dele e
defende-o apesar de se sentir envergonhada. Acha que as suas atitudes são tudo
menos normais mas mais tarde percebe que o primo até é simpático e segundo eu
percebi tornam-se grandes amigos.
Os
espaços principais onde a história se passa é na casa da Nina, na casa dos avós
da Nina, na escola e em espaços diversos na rua como por exemplo a paragem de
autocarros.
No centro
do conto, o acontecimento mais importante é a mudança de Daniel, como já referi
em cima e o fato de os amigos, colegas da Nina se revelarem muito racistas.
O título
do último capítulo é “Juízo final”, a meu ver, está muito bem escolhido porque
é no final que Nina, Daniel e Vítor acabam todos amigos numa tarde bem passada
na piscina.
Penso que o título do livro está muito
adequado à história porque sendo “Uma questão de Cor”, está relacionado com a
cor do primo de Nina, que neste caso era negro.
Damiana Mateus, 8ºA
Neste conto, ao observamos a
capa, a contracapa e o titulo, podemos afirmar que a obra fala sobre o racismo
e sobre como a cor é decisiva na sociedade de hoje em dia, o que na minha
opinião não é correto. Também podemos relacionar com computadores. Assim o
índice deste livro está organizado por ordem alfabética, pois está organizado
como a pasta de um computador
Nina, narradora da história,
é alguém muito particular na minha opinião. Ela tem a sua própria maneira de
ver o mundo, é impulsiva, responsável, justa, pois detesta atos racistas. Ela é
uma adolescente branca que gosta de navegar na internet. Ela tem uma boa
relação com a família, embora ache o seu primo Daniel um pouco infantil.
No
quarto capítulo ficamos a conhecer melhor a família e os amigos de Nina melhor.
Apesar de ter algumas discussões com os seus pais Nina tinha uma boa relação
com eles. Nina também se dava muito bem com os seus avós, o avô Geraldo e a avó
Olga. O Daniel, o seu primo, iria viver com ela, mas ela não era muito próxima
dele, mas no final Nina acaba por descobrir que Daniel é simpático e ficam
amigos. Também passamos a conhecer o seu “admirador”, Vítor Salema. Embora, ele
a corteja-se várias vezes Nina recusava sempre, mas eram amigos.
Os principais espaços onde a
história se passa é em casa de Nina (no escritório e no quarto de Nina), em
casa dos avós de Nina, a escola e em diferentes locais da rua, como a paragem
de autocarros.
O acontecimento que está na
base de todas as confusões e conflitos falados nesta obra é a mudança de Daniel
para a escola de Nina e como os colegas dela tiveram atos racistas com o Daniel.
Com o passar do tempo Nina ficou mais amiga de Daniel e passava tempo com ela,
para que Daniel não se sentisse posto de parte. Nina defendeu o Daniel dos seus
colegas que implicavam com ele.
O título do último capítulo
é “Juízo Final”, pois é neste capítulo que Nina fica a conhecer verdadeiramente
Daniel. Vítor que se arrependeu das suas más atitudes ficou amigo deles e assim
todos podem ser felizes e divertirem-se juntos, que foi mesmo o que aconteceu.
O título da obra Uma Questão de Cor serve perfeitamente para a história, pois
sem termos lido o livro ou lido uma pequena parte dele, ficamos com uma ideia
do que o livro fala. Ao ouvirmos Uma Questão de Cor ficamos logo a pensar que
tem a ver com as diferentes raças e como isso pode fazer a diferença, para
algumas pessoas.
Quando comecei a ler o livro pensei que iria ser
mais um livro sobre o racismo, era outro igual a muitos, mas afinal não! Este
livro, para além de mostrar a importância que as pessoas dão à cor umas das
outras, também mostra a importância da família e dos amigos e como não devemos
por ninguém à parte. Toda a gente o devia ler, com este livro pode aprender-se
uma grande lição!
Lara Trindade, 8ºA
Comentários
As autoras destes textos já estão na faculdade!
Em nome delas, agradecemos o seu comentário.
Rosalina Simão Nunes