Os meus vizinhos

Os meus vizinhos são matreiros!, uns autênticos matreiros… Sempre à espreita e informam-se rapidamente de todos os passos que se dão nesta Terra…

Sempre que me vêem, dizem: “ Oh, estás tão alta!”, “Já és uma mulher!”, “Bom dia, como vai a mãe, a avó e o mano?”, “Hmm, estás mais elegante!”, “Então vais às compras?” (como se eu não tivesse mais que fazer); enfim fazem perguntas desajeitadas que merecem respostas discretas e indiferentes: “Hahaha, obrigado.”, “Estamos óptimos, obrigado!”, “Hmm, obrigado pelo elogio…”, “Sim, vou às compras.”; não lhes dou demasiada conversa, porque sou sempre o alvo mais fácil das minha vizinhas, por ser mais nova e descabida.

De vez em quando, vejo-as na janela à espreita de algo interessante, a ver se os filhos chegam salvos a casa depois da noitada ou à espera do padeiro e da peixeira. Já de noite, à hora da missa é a maior discussão, por vivermos a um passo da igreja e aqui em casa ninguém ir á missa; gera-se tanto maldizer sobre a nossa vida, aqui mesmo há porta de casa…, o meu irmão que se irrita com esta confusão, põe musica no máximo de volume, para as enxotar, mas não resulta e as senhoras resolvem ficar a noite plantadas em roda da minha casa.

A minha avó, sinceramente confunde-se com elas, porque me recorde de muitas vezes a ver espreitar pelas entradas das persianas. Por isso, conheço-as bem, distingo as boas e as más da fita, só de as ver!

Os vizinhos, do sexo masculino, são muito pacatos, passam a vida no café, a ler o jornal, a ver a bola ou a beber, não me incomodam e são raros os que me cumprimentam tirando o Sr. João, o meu vizinho preferido).

Conclusão, não digo que não tenha uma relação má com eles, claro!, mas também não os admiro, não os detesto, nem contesto; não tenho opinião exacta sobre eles. Reparando bem, também sou vizinha, também sou intrometida, comento as suas vidas e pergunto-lhes como vai a vida; percebo o ponto de vista dos meus vizinhos, porque também é o meu…

Inês Félix, 7ºF

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