Precocemente fora da Validade


Levantou-se, eram cinco da manhã. Não conseguira dormir, e resolveu então ir tomar o seu duche matinal. Vestiu-se arranjou-se, com direito a maquilhagem e tudo!

Tomou o pequeno-almoço, e rumou, a caminho do expresso que a levaria a um dia bestial.

Chegou por volta das sete horas, mas teve de esperar vinte longos minutos.

Por fim arrancou, já acompanhada de quatro amigas. Instaladas no último banco do autocarro, foram contando as ultimas novidades (já havia dois dias que não se viam!) e acertando os últimos pormenores (apesar de já estarem delineados há pelo menos um mês).

No meio de gargalhadas afogadas em ansiedade, as cinco amigas chegaram por fim ao seu destino. Saíram numa correria, direitinhas ao posto de venda de bilhetes do metro. Cada qual com o seu bilhete, passaram pelas máquinas, e desceram (voaram) as escadas na divisória do metro em que queriam viajar.

Entraram e sentaram-se nos bancos do metro (sim, porque às oito e meia da manhã de Domingo, há lugares vagos). No, meio da conversa, uma delas, deu por falta do seu bilhete:

_ Alguém viu o meu bilhete? Não o encontro! – Disse ela muito alarmada.

Começaram todas a procurar, nos bolsos, nas malas (já se sabe como são as malas das mulheres) e nada!

_ Ora bolas! E agora?! Que faço?! – Já a ficar aflita.

Uma outra amiga olhou por cima da amiga, e viu uma placa onde podia ler-se: “Circular sem o porte de título válido, é punível por lei”.

_ Cuidado! Ainda vais presa miúda! – Disse a que leu a placa para a que não tinha bilhete.

Riram-se as cinco durante duas estações.

Tinham chagado à estação em trocavam de linha, e bilhete nem vê-lo! Levantaram-se e havia uma mancha amarela no banco. O que era? Pois claro, o bilhete! Forneceu mais umas escadas de gargalhadas ruidosas.

Entraram no outro metro e seguiram viagem, Saíram, e voltaram a trocar tudo normalmente.

Chegaram à estação final, o lugar para onde queria, mesmo ir. Escadas rolantes com elas. Máquinas no topo. Saiu uma numa máquina do lado direito, e outra ao lado, numa máquina do lado esquerdo. As duas a seguir imitaram. Se eram cinco, faltava passar uma. Pois bem, passou o bilhete, e as portas não abriram. Voltou a passar e nada. Tentou na máquina ao lado. O mesmo sucedeu. Uma vez, e outra, e outra, sempre sem sucesso. Já atrapalhada, gritou para as amigas:

_ Não consigo sair! Isto está estragado! Ajudem-me!

As amigas viram que de facto era verdade, e foram ter com um segurança que estava ali a observar a cena com um ar divertido.

_Bom dia, desculpe, mas a nossa amiga não consegue passar o bilhete dela, as portas não abrem! – Disse uma delas, mas nenhuma entendeu o sorriso parvo na cara do segurança, que respondeu:

_ A vossa amiga que passe três máquinas ao lado, a partir daí estão todas abertas! – Com isto mandou uma gargalhada.

_ O…Obrigada – Disse outra corada até às unhas dos pés.

_ Sempre às ordens – disse-lhes o homem ainda a rir.

Foram ter com a amiga e disseram-lhe. Acabaram por se rir o resto do dia com esta cena.

O mais curioso nesta história, é que o bilhete que não passava na máquina, era o mesmo bilhete que tinha desaparecido.

Filipa Portela, 9ºC

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